domingo, 27 de novembro de 2011

Violencia e Desigualdade...Causas e Efeitos


A família é sem dúvida a mais importante das instituições sociais que serve para socializar os indivíduos e ensiná-los a serem membros produtivos na sociedade, nosso primeiro encontro com a sociedade se dá por intermédio da família.

Visto sociologicamente, a família não é apenas uma instituição, mas um grupo social.

Como um sistema social, a família é vista como uma entidade constituída por várias peças interligadas via costumes ou tradições, que executam funções particulares.

Tal como acontece com todas as instituições, a família tem dentro de seus limites um conjunto de normas, valores, status, e os papéis que são organizados para atender as metas específicas para a sociedade em geral. O fenômeno degradante ‘A reprodução da violência e das desigualdades’ atual mostra como a família tem colhido conseqüências na formação de seus filhos, quando deixou os padrões de convivência tradicional, para se lançar aos sonhos atuais impostos pelo consumismo deixando a busca por valores tradicionais de resultados para uma vida e resultando em situações que estejam em desconformidade com as questões sociais tradicionais. Essa mobilidade social, assim como todo processo social por ser dinâmico, sujeitou essas famílias às conseqüências das transformações. Isso por um lado foi bom, pois a ascendência vertical trouxe benefícios de vida, porém por outro, a imersão num organismo capitalizado permitiu as famílias mudarem o foco daquilo que é primordial, que seria a base da construção das vidas sob suas responsabilidades. Acirrando as diferenças sociais e gerando um sem fim de situações violentas, amparadas pela mídia envolvente à produção de caracteres e comportamentos cada vez mais tenros e agressivos.

Podemos nos mover para os mais diversos olhares quando pensamos em reprodução da violência e a desigualdade, mas não antes de focarmos isso através de uma lente baseada nos direitos humanos: De quem é a responsabilidade por isso.

Como um ser racional, a pessoa é moldada através de crenças, valores e pressupostos que a família exerce sobre ela, e a insere no mundo, e que são baseadas em experiências de membros da família e sua trajetória de vida e construção, lembrada através da tradição oral dos fatos e atos que “deram certo”. A própria família, por sua vez deriva de seus valores sociais, pressupostos culturais, políticas e filosóficas e das crenças e de uma cultura mais ampla e que dominou seus antepassados.

A educação compete primeiramente aos pais, no entanto, pelas muitas ocupações atuais das famílias, não há tempo hábil ou conhecimentos suficientes para dedicar-se à educação dos filhos. Dentro do ditado ‘violência gera violência’, logo: pais violentos, filhos violentos.... A escola tem tentado com seu papel de agente de socialização, assumir essa disputa invisível, com a família na transmissão de valores, conceitos e culturas às novas gerações; mas o império do capitalismo imposto pela sociedade pós-moderna e o apelo da mídia comportamental têm dificultado essas transmissões de valores.

Atualmente encontramos um novo modelo de sociedade onde presenciamos comportamentos e atitudes que devem ser questionadas juntamente com outras questões que cercam o individuo atual, problemas esses que vão além de sua desigualdade.

O processo de socialização nunca está acabado; ao mesmo tempo em que o indivíduo é moldado pela sociedade onde está inserido, ele age no sentido de transformá-la, nesse processo mesmo que não se perceba claramente, sempre há alguém que ensina e alguém que aprende, essa é a essência da socialização.

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