domingo, 27 de novembro de 2011

Desumanização e Coisificação


‘A consciência só é vazia, na medida mesma em que não está cheia de mundo.’ ‘Sartre’

Desumanizar é fazer com que alguém seja menos humano, tirando sua individualidade, seus aspectos criativos, e interessantes de sua personalidade, sua compaixão e sensibilidade para com os outros.

Coisificar é transformar o outro em coisa; ‘Coisificação’ processo que identifica quando cada um dos indivíduos na sua vida social perde o seu valor essencial e passa a ser avaliado apenas como uma “coisa”, quanto à sua utilidade, sua capacidade de satisfazer os certos interesses;

Para a concepção " de coisa" é que a mente é uma caixa que deve ser preenchida, um espaço vazio à espera do mundo, a educação e a visão de mundo passa a ser um ato de depositar fatos, informações, no outro, e esses passam a vivenciá-los depois de os terem, arquivados, memorizados, e indo então vão repetindo em suas vidas.

Para ser categorizado como desumanizado e coisificado; Uma pessoa deve vista como um objeto antes de ser manipulada e depredada, quando uma criança é criada dentro de um sistema de manipulação, como um objeto, essa criança vai crescer para encontrar seu valor em servir aos outros. Uma vida de doação e de serviço pode ser uma escolha saudável quando for feita a partir do ponto de pré-existentes, ou seja, de autovalor. Quando os valores só são obtidos através do serviço aos outros, para essa pessoa é a validação da existência. Coisas não têm iniciativa própria, mas são totalmente dependentes da vontade dos outros para movê-los. Um indivíduo completamente coisificado não pode realizar seu próprio individualismo. È como um aleijado, incapaz de alcançar a independência completa. Cada um de nós é uma criatura individual num vasto universo. Somos seres finitos, com limites de nosso conhecimento; Não podemos e não sabemos tudo o que há para saber; Isto significa que paira a razão, em qualquer coisa, em todos nós; Primeiro, deve assumir certas coisas sobre a realidade. No coração de cada filosofia de vida estão determinadas as heranças da família e dos pais, que são intenções ou pressupostos básicos sobre o que é real, e verdadeiro. Todos têm estas intenções, suposições ou pressuposições sobre o quê perceber da realidade e daquilo que acontece a sua volta, pensar no dia-a-dia, e nas suas decisões envolve o uso dessas convicções herdadas a partir do qual tiramos nossas conclusões; Mas estas convicções, são próprias, baseadas em determinações obtidas na herança sobre a realidade a sua volta. Exemplos simples de vida como assar um simples pão, quando se entende que a massa está totalmente pronta para isso, são convicções de vida herdadas, por que no âmbito geral alguém prática isso, Padeiros experientes, mães prendadas etc.. Conclusões simples como essa trazem nos determinados indivíduos convicções para o resto de suas vidas. Assim mesmo a desumanização e a coisificação dos indivíduos pairam muitos sobre a historia de seus pais e ou tal como foram criados e como eles servirão a sociedade a partir do momento que tiverem conhecimento de si mesmo.

Violencia e Desigualdade...Causas e Efeitos


A família é sem dúvida a mais importante das instituições sociais que serve para socializar os indivíduos e ensiná-los a serem membros produtivos na sociedade, nosso primeiro encontro com a sociedade se dá por intermédio da família.

Visto sociologicamente, a família não é apenas uma instituição, mas um grupo social.

Como um sistema social, a família é vista como uma entidade constituída por várias peças interligadas via costumes ou tradições, que executam funções particulares.

Tal como acontece com todas as instituições, a família tem dentro de seus limites um conjunto de normas, valores, status, e os papéis que são organizados para atender as metas específicas para a sociedade em geral. O fenômeno degradante ‘A reprodução da violência e das desigualdades’ atual mostra como a família tem colhido conseqüências na formação de seus filhos, quando deixou os padrões de convivência tradicional, para se lançar aos sonhos atuais impostos pelo consumismo deixando a busca por valores tradicionais de resultados para uma vida e resultando em situações que estejam em desconformidade com as questões sociais tradicionais. Essa mobilidade social, assim como todo processo social por ser dinâmico, sujeitou essas famílias às conseqüências das transformações. Isso por um lado foi bom, pois a ascendência vertical trouxe benefícios de vida, porém por outro, a imersão num organismo capitalizado permitiu as famílias mudarem o foco daquilo que é primordial, que seria a base da construção das vidas sob suas responsabilidades. Acirrando as diferenças sociais e gerando um sem fim de situações violentas, amparadas pela mídia envolvente à produção de caracteres e comportamentos cada vez mais tenros e agressivos.

Podemos nos mover para os mais diversos olhares quando pensamos em reprodução da violência e a desigualdade, mas não antes de focarmos isso através de uma lente baseada nos direitos humanos: De quem é a responsabilidade por isso.

Como um ser racional, a pessoa é moldada através de crenças, valores e pressupostos que a família exerce sobre ela, e a insere no mundo, e que são baseadas em experiências de membros da família e sua trajetória de vida e construção, lembrada através da tradição oral dos fatos e atos que “deram certo”. A própria família, por sua vez deriva de seus valores sociais, pressupostos culturais, políticas e filosóficas e das crenças e de uma cultura mais ampla e que dominou seus antepassados.

A educação compete primeiramente aos pais, no entanto, pelas muitas ocupações atuais das famílias, não há tempo hábil ou conhecimentos suficientes para dedicar-se à educação dos filhos. Dentro do ditado ‘violência gera violência’, logo: pais violentos, filhos violentos.... A escola tem tentado com seu papel de agente de socialização, assumir essa disputa invisível, com a família na transmissão de valores, conceitos e culturas às novas gerações; mas o império do capitalismo imposto pela sociedade pós-moderna e o apelo da mídia comportamental têm dificultado essas transmissões de valores.

Atualmente encontramos um novo modelo de sociedade onde presenciamos comportamentos e atitudes que devem ser questionadas juntamente com outras questões que cercam o individuo atual, problemas esses que vão além de sua desigualdade.

O processo de socialização nunca está acabado; ao mesmo tempo em que o indivíduo é moldado pela sociedade onde está inserido, ele age no sentido de transformá-la, nesse processo mesmo que não se perceba claramente, sempre há alguém que ensina e alguém que aprende, essa é a essência da socialização.